Por Bárbara Ladeia
Segundo o especialista George Kohlrieser, curiosidade deve
ser principal motor da convivência entre gerações.
Saber negociar, gerenciar conflitos e subtrair o melhor
produto de situações de embate são grandes habilidades para quem gerencia
empresas.
Especialista na gestão de pessoas e solução de conflitos,
George Kohlrieser é psicólogo clínico, considerado uma das maiores autoridades
em liderança e gestão de conflitos.
Parte de sua experiência veio de uma atividade nada
convencional - atuou por mais de dez anos como negociador de reféns em
situações de sequestros. Atualmente ele traz sua experiência para cenário
corporativo, identificando obstáculos e oportunidades de crescimento no mundo
das empresas.
Em entrevista exclusiva à EXAME.com, Kohlrieser afirma ver
nos choques intergeracionais o principal conflito das empresas na atualidade.
“Os profissionais mais velhos precisam compreender que a mente dos mais jovens
funciona de forma diferente”, diz.
Choque de gerações
Essa diferença reside, na opinião do especialista, na
influência da tecnologia na rotina dos mais jovens. Entre a chamada Geração Y e
os antecessores, a Geração X, há uma diferença gritante quanto à interferência
da tecnologia no cotidiano – enquanto os primeiros já nasceram em contato com
computadores, os segundos chegaram a ver o mundo funcionar sem sequer aparelho
celular.
“Eles pensam com a velocidade e com a organização da
tecnologia. Os jovens também precisam compreender que os mais velhos não
compartilham da mesma visão de mundo, uma vez que viveram em cenários muito
diferentes dos atuais”, afirma.
A solução do conflito reside na curiosidade, que deve vir de
ambas as partes. “Invés da crítica, seja curioso. Todas as diferenças podem ser
resolvidas se você estiver realmente curioso e disposto a encontrar a parte boa
de todos.”
Conexão
A falta de conexão entre as pessoas foi apontada por
Kohlrieser como o segundo principal conflito profissional dessa era. “Os
profissionais andam se esquecendo de levar o lado humano de seus colegas em
conta”, diz.
Esse seria um evidente indicativo que a tal inteligência
emocional anda em falta nas empresas do mundo todo. “Os líderes tem de conduzir
às metas, mas precisam colocar as relações humanas em primeiro lugar.”
A forma mais rudimentar de ampliar este contato está na
ativação do padrão mental da curiosidade. “Melhor que defender seu ponto de
vista, é mostrar curiosidade. Isso indica que você se importa com o outro e,
principalmente, está interessado no que ele pensa.”
Como tendência, Kohlriser vê uma crescente da incerteza,
graças à velocidade na mudança dos cenários econômicos e sociais. “Morre
lentamente a empresa que não muda”, afirma.
Fonte: Site da Revista EXAME
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