domingo, 16 de fevereiro de 2014

Os Líderes do Futuro!

Por Julio Augusto Vidotti,

Esta nova geração que está chegando agora ao mercado de trabalho, denominada Geração Z, já nasceu sob a influência do mundo tecnológico durante toda a sua vida, e este fato terá um impacto imenso no mundo corporativo nas próximas décadas.

Eu, que sou da geração dos baby-boomers, lembro-me bem, um pouco antes da chegada da geração X, quando então diziam estarmos influenciados pela tecnologia. A preocupação de meus pais e dos adultos daquela época era em relação ao tempo que gastávamos em frente à televisão.

Depois, com os jovens da geração X, as preocupações passaram a ser com o tempo gasto com a televisão e os videogames.  A geração posterior, a Y, com o tempo na frente dos computadores além da TV e dos games, e esta nova geração Z com o tempo gasto em todas estas mídias tecnológicas e principalmente nas redes sociais. Ou seja, a influência da tecnologia, desde aquela época, está presente no dia a dia de todos.

Mas, quais seriam estas influências tecnológicas no comportamento das pessoas? Se pararmos para pensar, houve uma grande transformação no modo de ser da população baseado nestas experiências. Já para o mundo empresarial, somos muito mais produtivos em um dia de trabalho do que éramos no passado. Essa é a primeira impressão que temos quando paramos para fazer esta avaliação. As tecnologias nos ajudaram a melhor nos comunicarmos, de forma mais rápida e eficaz.

Mas a questão é como tratar estes jovens que trazem novos hábitos e comportamentos em relação ao modo de se comunicarem, sendo que,  quando chegam às empresas encontram um modelo completamente diferente do que aprenderam em suas vidas pessoais. O que fazer diante disso?

Do lado dos jovens, eles deverão se esforçar para entender e aceitar o modelo já utilizado nas organizações, caso contrário enfrentarão dificuldades com outros colaboradores e gestores atuais.
No ponto de vista dos jovens, eles aceitarão o modelo adotado nas empresas apesar de considerarem retrógado, uma vez que, pela falta de afinidade com o uso de emails, acreditam que a comunicação instantânea seja muito mais produtiva e eficaz para o mundo corporativo.

Do lado das empresas, haverá uma resistência e um choque com estas novas ideias, sendo que, os gestores terão que ampliar suas visões de forma a compreender que dificilmente conseguirão moldá-los totalmente ao modelo antiquado, e que as influências da comunicação instantânea e das redes sociais acabarão por alterar o comportamento de outros no mesmo ambiente.

E com o tempo as coisas foram se aprimorando sendo que, hoje em dia, o celular também reuniu tudo em um único aparelho com os smartphones, passando da simples comunicação por voz, para a comunicação por mensagens, com acesso a internet, e também às redes sociais.

Mas será que já não existem maneiras de gerenciar esta transição de comportamentos e influências que naturalmente ocorrerão no mundo corporativo?

Pare para pensar que daqui a duas décadas, ou até antes, estes mesmos jovens passarão a ocupar posições de liderança. E logicamente adotarão novos métodos de comunicação que com certeza não estarão baseados no atual processo de emails.

Seria o fim dos emails nas organizações? Com certeza sim, o email foi criado dentro de um modelo de transações offline, e não sobreviverá por mais tanto tempo. O mundo hoje requer uma comunicação instantânea. As organizações, por sua vez, exigem critérios de confidencialidade, restrições de acesso e segurança, atrelados a qualquer que sejam estas novas modalidades.

As redes sociais continuarão a existir no mundo externo às organizações, continuando sendo utilizadas pelas empresas para a geração de demanda com consumidores, com algumas transformações futuras.
A adoção das redes sociais dentro das organizações levará muito tempo, visto que, as empresas seguem um modelo de sociedade em linha, hierarquizadas, e tem uma cultura organizacional única que deverá ser preservada. Para um modelo social de colaboração nas organizações, o modelo de gestão e a cultura da empresa precisará se transformar, pois exigirá uma sociedade em rede, onde a colaboração poderá prevalecer sobre os modelos atuais hierarquizados. E estes jovens, com certeza, assim o farão.

Diante deste cenário e com a chegada destes jovens como os novos colaboradores no mundo corporativo, deveremos estar prontos para iniciar esta transição. Devemos experimentar novos modelos baseados em Rede Empresarial, em que a ‘Informação’ passa a ser o foco principal da comunicação empresarial. Quando essa informação for relevante para a empresa deverá ser diferentemente administrada de forma a poder ser encontrada a qualquer momento a partir de mecanismos já existentes de buscas inteligentes em bases de conhecimento internas às organizações.

Estamos diante de uma nova realidade que inicia uma transição de comportamento nas organizações, com modernos mecanismos, de forma que se encurtem as distâncias de uma geração para outra.

Sobre o Autor: 

Julio Augusto Vidotti  é CEO da NewAgent, empresa desenvolvedora de plataforma de Comunicação Empresarial, desenvolveu carreira na IBM, foi fundador da BPsolutions, é Alumni AMP da Harvard Business School, e membro do HBS Alumni  Angels  Club  Brazil.

Fonte:
Site da revista Harvard Business Review Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário