quinta-feira, 30 de maio de 2013

Conhecendo o Design Thinking - Parte II

Por Adriana Fório Sentieiro, PMP

O Design Thinking se baseia nos três pilares: foco no ser humano, envolvimento de usuários com a co-criação e prototipagem de ideias.

Uma das grandes preocupações do Design Thinking é, antes de tentar achar respostas para os problemas, definir as perguntas certas, é sempre ter bem claro que não existe apenas uma solução possível para um projeto, mas que sempre deve haver uma solução. As respostas que procuramos são sempre analisadas sob três aspectos: viabilidade (negócio), factibilidade (tecnologia) e desejabilidade (pessoas).

Segundo Tim Brown, CEO da IDEO, e autor do livro mais reconhecido nessa área "O Design Thinking" que se baseia na nossa capacidade de sermos intuitivos, reconhecer padrões, desenvolver ideias que tenham um significado emocional além do funcional. A metodologia tem como base três principais espaços:
  • Inspiração: onde insights de todos os tipos são coletados;
  • Idealização: onde os insights são traduzidos em ideias;
  • Implementação: onde as melhores ideias são desenvolvidas em um plano de ação concreto, plenamente elaborado.

O que é bem importante de salientar é que esses três espaços não seguem uma ordem fixa, e talvez esse seja o grande segredo do sucesso da metodologia: os espaços se sobrepõem durante o desenvolvimento de uma determinada ideia. Isso porque o fluxo da inovação tem caráter exploratório.

Ou seja, durante o processo certamente vão surgir insights que podem servir para ajustes no projeto ou até mesmo como briefing para novos projetos. Esses pontos são as principais riquezas de um percurso, e seria estupidez descartá-los por não caberem em um escopo previamente definido.


Tim Brown, também expõe outro ponto de grande relevância para o processo de inovação que é o perfil ou papel do design thinker. Este profissional deve gerar insights de produtos e serviços relevantes, e isso só é possível através de pesquisas de observação. Observação é o meio para o que a IDEO caracteriza como empatia, que é “a tentativa de ver o mundo por meio das experiências alheias e de sentir o mundo por suas emoções”.

Ao observar o comportamento das pessoas e descobrir de que maneira o contexto de uma experiência afeta sua relação com o consumo, é possível identificar suas reais necessidades e criar produtos e serviços centrados nelas. Neste cenário vale destacar o tipo de amostra considerado: a observação não foca somente no público-alvo, mas visa maior amplitude e busca dos extremos, também pesquisando pessoas ”radicais” – que vivem, pensam e consomem de maneira diferenciada. Os usuários radicais forçam os designers a pensarem “fora da caixa”, conseguindo levantar questões que, de outra forma, ficariam ocultas.

Talvez uma das premissas mais importantes, e uma das mais simples de ser aplicada, diz respeito ao pensamento convergente e divergente. O Design Thinking começa com pensamento divergente, que significa criar opções – expandindo sua variedade para se obtiver resultados mais ousados, atraentes e criativos. O processo da IDEO aponta para uma transição entre as fases divergentes e convergentes, sendo que cada iteração subsequente se torna mais detalhada e menos ampla do que a anterior. Desta maneira não se restringe o cenário das ideias logo no início, e sim posteriormente, mas como fator de seleção.

As iniciativas de inovação são mapeadas em três diferentes tipos, de acordo com Tim Brown:

Incremental: Geralmente se caracteriza por melhorias em um modelo ou extensão de uma linha já criada. Esse tipo de inovação se baseia em ofertas existentes para usuários também existentes.

Evolucionária: Se caracteriza pela expansão do negócio para novas direções. Seja estendendo ofertas existentes para satisfazer outras necessidades dos usuários atuais, seja adaptando essas ofertas para conquistar novos usuários ou mercados.

Revolucionária: Se caracteriza pela criação de um novo modelo para novos usuários, criando um mercado totalmente novo.


Vale lembrar que as ideias revolucionárias são raras. Levam mais tempo para serem desenvolvidas e, portanto, é comum que os empreendimentos de inovação não tragam retornos financeiros em pouco tempo. Neste caso, os líderes devem incentivar a experimentação e aceitar que não há nada de errado com o fracasso – desde que ele seja percebido o quanto antes.

Fonte: e-News PMI São Paulo, Março 2013

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