Blog destinado a divulgar e valorizar o gerenciamento de projetos como área de conhecimento e diferencial de mercado para qualquer tipo de empresa, tamanho e segmento.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Mudar, manter, melhorar - Como traçar metas para o próximo ano?
Por Carolina Farah,
O final de ano é sempre um momento de reflexão, tanto nos
aspectos pessoais quanto profissionais da vida. É um ótimo momento para
reavaliarmos como foi o ano que passou, se buscamos nossos objetivos com
afinco, se conseguimos atingi-los e, principalmente, o que aconteceu de certo e
errado nestes 12 meses que passaram. É, ainda, o momento de traçar novas metas
para o próximo ano, buscando acertar o que foi feito de errado e buscar os
objetivos almejados.
Elaborar essas metas é um trabalho individual,
interiorizado, no qual buscamos entender nossas limitações, nossos desafios,
nossas vontades, nossos objetivos e, baseado nesse conjunto de eventos,
topificá-las e estipular prazos a cada uma delas - de forma atingível, claro.
Muitas pessoas passam o ano reclamando dos seus empregos e
no fim desse período pensam se mudar de empresa não seria a solução. Muitas
vezes, um bom diálogo é a saída para essa situação. Expressar ao seu superior
imediato quais são as suas angústias e objetivos com o seu trabalho é essencial
para o alinhamento da empresa e do funcionário. Explicar o que não o deixa
feliz e o que poderia ser melhorado é importante para ambos. Muitas vezes, uma
pessoa não está feliz em uma área, mas pode ser relocada e continuar na
empresa.
Caso a decisão de sair da empresa esteja tomada, essa meta
deve ser elaborada aos poucos, com um planejamento prévio tanto financeiro
quanto emocional. Guardar pelo menos 10% do salário durante um ano é uma saída
para quem precisa de um tempo para buscar outro emprego. Quem estiver
insatisfeito com a profissão e desejar mudar de área de atuação, deve procurar
um bom acompanhamento com profissionais de RH para auxiliar nessa transição e
na recolocação profissional. E, principalmente, estar seguro desta decisão.
É, contudo, importante, que as pessoas mantenham um certo
equilíbrio ao reavaliar o seu ano e pensar o seguinte. Muitas vezes a euforia e
a ansiedade são mais fortes e as pessoas acabam elaborando metas intangíveis e
todo o planejamento é abandonado logo no começo do ano. Portanto, buscar
melhorias, traçar objetivos, ponderar o certo e o errado é importante, sim, mas
manter os pés no chão é imprescindível.
Fonte: www.administradores.com.br
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Como posso medir um processo de inovação?
Por Maximiliano Carlomagno,
Os Indicadores Adequados
Os bons indicadores são derivados da estratégia da empresa.
Não há como defini-los sem vinculá-los aos objetivos estratégicos da empresa,
ou seja, o que ela espera da atividade de inovação.
Como qualquer indicador, ele não é a solução, mas cumpre o
papel de monitorar o desempenho, comunicar o que se deseja com a inovação e,
finalmente, motivar os colaboradores para que façam o que precisa ser feito.
Na década passada, os professores americanos Robert Kaplan e
David Norton lançaram a ideia de acompanhar a implementação da estratégia da
empresa através de um conjunto de medidas que envolvesse não somente a questão
financeira, mas também outras três perspectivas: clientes, processo e
aprendizagem. Essa ferramenta, chamada de balanced scorecard, revolucionou a
forma dos gestores controlarem o desempenho das empresas, tornando-se uma
“febre” em todo o mundo. Se a implementação da estratégia pode ser medida por
diferentes perspectivas, o desempenho da atividade de inovação também pode!
Inspirados pelo BSC desenvolvemos na Innoscience o seu primo
inovador, o Innovation Scorecard (ISC). Também estruturado em função de quatro
perspectivas que estabelecem uma lógica de causa-e-efeito, a inovação pode ser
medida por: resultados, estratégia, processo e contexto.
1. RESULTADOS - os indicadores relacionados aos resultados devem
contemplar o valor do portfólio, o resultado financeiro das inovações e sua
contribuição com a renovação do negócio. Percentual das receitas originárias de
produtos/segmentos ou serviços que não existiam há x anos.
Exemplos de indicadores:
1. Valor total do portfólio de inovação.
2. Valorização anual do portfólio de inovação.
3. Reduções de custos oriundas de inovações.
4. Percentual das vendas investido com inovação.
5. Retorno do investimento dos projetos de inovação.
6. Receitas geradas com licenciamento de tecnologia.
2. ESTRATÉGIA - essa perspectiva traduz o cumprimento da
estratégia de inovação, indicando se a empresa está executando aquilo que
priorizou:
Exemplos de indicadores:
1. Número de inovações nos temas priorizados
2. Número de novos negócios criados (se esse for um
objetivo)
3. Percentual das vendas oriundas dos produtos lançados nos
últimos x anos (adequar ao ciclo da empresa)
4. Número de spin offs de novos negócios realizadas
3. PROCESSO - essa perspectiva aborda os indicadores do
processo de inovação mensurando os inputs, processamento, open innovation e
co-criação, prototipação e gestão de projetos.
Exemplos de indicadores:
1. Percentual de projetos executados com sucesso.
2. Número de produtos ou serviços desenvolvidos de forma
colaborativa.
3. Número de produtos ou serviços desenvolvidos com os
clientes/fornecedores/universidade.
4. Número de acordos de cooperação para inovação com
parceiros.
5. Número de ideias geradas por fornecedores.
6. Número de ideias geradas por clientes.
7. Percentual das vendas originadas de ideias de terceiros.
8. Percentual de projetos lançados no tempo planejado.
9. Número de ideias por colaborador geradas na empresa.
10. Número de ideias implementadas na empresa.
11. Sessões de brainstorming realizadas.
12. Prêmios e reconhecimentos relacionados com a atividade
de inovação recebidos.
13. Número de novos processos implementados.
14. Número de patentes registradas
4. CONTEXTO – essa perspectiva mede o ambiente organizacional
necessário para a inovação a partir de suas lideranças, estrutura, treinamento,
cultura e pessoas voltados para o aprendizado e incorporação de conhecimento na
empresa.
Exemplos de Indicadores:
1. Número de horas utilizadas pelas lideranças motivando e
facilitando as atividades de inovação.
2. Percentual das lideranças envolvidas diretamente nos
projetos de inovação.
3. Número de horas de treinamento recebidas pelos
colaboradores para inovar.
4. Número de sessões de troca de conhecimento realizadas
(visitas, benchmarks).
5. Número de eventos e feiras assistidos.
6. Percentual de envolvimento dos empregados com o programa
de inovação.
7. Número de spin-offs realizadas.
8. Percentual de funding externo sobre o total do
investimento de inovação.
9. Valor investido em reconhecimento e recompensa para
motivação dos inovadores.
A mensuração dos resultados do sistema de gestão da inovação
é fundamental para garantir o apoio dos stakeholders envolvidos, especialmente
num tema onde os resultados ocorrem no médio e longo prazo.
O estabelecimento de um conjunto acessível, compreensível e
gerenciável de indicadores é o primeiro passo para sistematizar sua medição. O
equilíbrio entre indicadores que monitorem o hoje e o amanhã bem como o
contexto, processo, estratégia e resultados tende a propiciar uma visão
abrangente, profunda e eficiente.
O sistema de medição por si só não torna sua empresa mais
inovadora, mas cria as bases para gestão da inovação. Cabe a cada gestor da
inovação selecionar entre os exemplos de indicadores acima, e outras
alternativas, aquelas que melhor se adéquam a estratégia de inovação da
empresa.
Sobre o autor:
Maximiliano Carlomagno, Sócio Fundador da Innoscience Consultoria de Gestão da
Inovação. Autor dos livros Gestão da Inovação na Prática e Práticas dos
Inovadores: Tudo que você precisa saber para começar a inovar.
A Comunicação Y
Por Eduardo Zugaib,
Entre os desafios vividos por empreendedores e gestores da
atualidade, está a capacidade de lidar com aquela que ocupou grande parte dos
postos de trabalho nos últimos anos: a Geração Y. Nascidos aproximadamente
entre 1980 e 2000, aGeração Y foi criada em ambientes e culturas com valores
muito diferentes da Geração X (nascida entre 1966 e 1980) e da dos Baby Boomers
(de 1945 a 1965), as quais preenchem, hoje, grande parte dos cargos de média e
alta liderança, e sobre cujos colos está o pacote que contém a dificuldade de
se estabelecer uma comunicação efetiva com sua sucessora.
Nas intervenções que realizamos em empresas com o objetivo
de identificar e atacar as causas das deficiências, gargalos e ruídos de
comunicação, já tem sido previsível encontrar entre seus gerentes o seguinte
perfil: o profissional com idade entre 40 e 55 anos que sente que perdeu grande
parte – ou o total – da capacidade de influenciar seus liderados, justificando
essa perda a uma ‘força maior’, ou seja, a instabilidade das novas gerações. Do
ontem, quando ainda eram validados como líderes, sentem-se hoje vítimas de uma
força a qual não foram preparados para enfrentar, apegando-se a essa tese para justificar,
em partes, os altos índices de rotatividade na equipe.
Em uma destas empresas, ao longo do primeiro ano de
intervenção, monitoramos essa rotatividade. Não apenas pelo transtorno gerado
internamente, mas também através da continuidade da vida profissional daqueles
que tinham sido desligados da empresa, muitas vezes sob o pesado carimbo das
advertências, suspensões e até demissões por justa causa, ocorrendo em espaços
muito curtos de três e seis meses.
A surpresa foi que muitas dessas histórias de continuidade
demonstraram exatamente o oposto do que o líder de perfil X ou B-Boomer
gostaria de acreditar: o profissional Y, logo após sua contratação em uma nova
organização, demonstrava alta produtividade, perspectivas renovadas e, pasmem,
felicidade no trabalho, a qual era compartilhada espontaneamente nas redes
sociais digitais por onde transitava. Com pesquisas e indicativos devidamente
registrados, era chegada a hora do diagnóstico:
- Prezados gestores, temos duas notícias para lhes dar: uma
boa e uma ruim. Uma delas é que monitoramos os colaboradores desligados durante
este ano sob o guarda-chuva de críticas à geração Y e constatamos que eles
estão deslanchando no mundo lá fora. A outra é que precisamos rever urgente a
comunicação estabelecida junto aos seus liderados, já que essa mesma geração
comporá cada vez mais a força de trabalho dentro das empresas. A opção entre
qual destas notícias é a boa ou a ruim, ou, se ambas são boas ou ruins, ficará
a cargo da sua capacidade de compreender e aceitar que estamos atuando em um
mundo novo, muito diferente daquele em que você aprendeu a liderar. E quem não
absorver essa mudança, corre o risco de se transformar, de grande líder de anos
atrás, em ‘chefe’ obsoleto do amanhã.
- E qual a solução para isso?
- Comunicação.
- Mas isso nós já fazemos… já temos até uma newsletter!
- Pois é… essas ferramentas podem até fazer algum sentido
pra quem nasceu analógico, e acredito que ela seja importante para boa parte
dos clientes e parceiros. Mas pra quem nasceu digital, o mundo é um pouco
diferente…
Frente a tal constatação, parte destes gerentes percebeu a
necessidade de rever o modelo de liderança, encarando os fatos com ares de
mudança positiva. Uma maioria intermediária permaneceu atordoada, mantendo por
um tempo uma cara de “quem mexeu no meu X?”. Uma terceira parte, similar em
quantidade à primeira, mostrou total aversão ao que era relatado, insistindo
que aqueles que chegaram por último é que deveriam se ‘vergar’ aos que estavam
há mais tempo na empresa. Afinal, ‘com eles tinha sido assim, com os pais deles
idem e com os avós então, nem se fale…’.
Nos meses decorrentes, iniciou-se a construção de uma nova
cultura de liderança, plenamente focada na comunicação, não apenas aquela que
se ‘planta’ mas, principalmente aquela que se ‘colhe’, através do
desenvolvimento de políticas de feedbackcontínuo e da construção de acordos de
convivência. Frente à mudança inevitável, os mais resistentes acabavam por se
tornar pontos fora da curva, aderindo ao novo modelo ‘pela dor’, e não ‘pelo
amor’, como demonstrado pelo primeiro grupo, cujos resultados obtidos, em curto
espaço de tempo, acabaram por convencer a maioria que havia ficado atordoada em
cima do muro.
Dessa experiência, entre outras tantas, destacamos alguns
dos valores de comunicação que passaram a ser trabalhados nesta organização, e
que precisam ser aprendidos pelo gerente que pretende ser líder nos dias de
hoje. Seja bem-vindo à ‘Era da Comunicação Y’, que resumimos em algumas
abordagens:
1) A Comunicação Y é TRANSPARENTE - A Geração Y irrita-se
com a omissão de informações ou com decisões ‘top-down’ que tragam algo obscuro
nas entrelinhas. Se é ‘top-down’, expressão que a Geração X adora, ela quer
compreender o porquê, para ver se isso não vai contra seus valores. Na
comunicação, seja o mais transparente possível ao informar decisões e solicitar
tarefas. Esteja preparado para mais questionamentos do que a geração X está
habituada a fazer. Um exercício excelente para desenvolver sua capacidade de
influenciação, já que, se a geração Y comprar a sua ideia, ela vai se engajar
pra valer.
2) A Comunicação Y RESPEITA A DIVERSIDADE - Se não concorda,
ao menos demonstre respeito à vida particular de seu liderado Y, já que o
espírito ‘workaholic’ que tanto diferenciou – e enfartou - as gerações
antecessoras, para ela não faz muito sentido. Mais uma razão para você encarar
pra valer a última frase do item 1. Compreenda o conceito de ‘vida própria’ da
Geração Y, considerando que, para ela, o trabalho é que deve se adequar ao seu
projeto de vida. Para ela o contrário, praticado pela Geração Y e Baby Boomer,
é frustração na certa. Mesmo sendo individualistas, a Geração Y possui uma
consciência social diferente das antecessoras, demonstrada pela preocupação com
o meio ambiente e com os direitos humanos. São valores morais fortes, que não
se melindram diante da ameaça da perda de emprego. Esqueça o dedinho em riste,
o tom professoral e a lição de moral que um dia lhe deram na vida e que, como
um ‘trote universitário’, você está louco para passar adiante. Com a Geração Y
isso não funciona. O Y quer respeitar seus superiores, mas não vai fazer isso
de uma hora para outra. Antes de validá-lo como líder, ele vai observar a
coerência entre seu discurso e suas atitudes, identificando – e demonstrando -
com requintes de crueldade todo gap existente entre eles. Mais que hierarquia,
o que conta para ela são valores como atitude e autoridade, e não o poder e o
autoritarismo.
3) A Comunicação Y é OBJETIVA - Elimine burocracias e regras
realmente desnecessárias, em especial aquelas que foram criadas como ‘solução
temporária’ em meio a crises e conflitos, mas que acabaram incorporando-se na
cultura da empresa. Certamente a sua empresa possui alguns destes entraves que,
se eliminados, não farão falta alguma e ainda oxigenarão as relações entre
gerações. A Geração Y pensa e age rápido, influenciada pelo seu principal
ambiente socializante, que é a internet. E como fazer para que ela não seja tão
superficial, como a maioria daquilo que é produzido nas redes? Leia novamente a
última frase do item 1.
4) A Comunicação Y é ASSERTIVA - Deixe claro, desde o
início, as expectativas que se tem sobre a atuação do Y, posicionando-o
continuamente sobre seu desempenho e sua evolução. Não raro encontramos, em
nossas incursões, profissionais dessa geração que, já há alguns meses na
empresa, tinham perdido o vigor emocional e até mesmo físico, por simplesmente
não saberem o que estavam fazendo ali, muito menos fazerem ideia daquilo que se
esperava deles. Procure mostrar ao Y as perspectivas de crescimento dentro da
própria empresa através de cases reais de pessoas que ascenderam ali dentro.
Estas histórias costumam existir, por mais ‘travada’ que seja a cultura. Caso
não existam, demonstre que o que há para se aprender ali dentro é algo que vai
ajudar no seu desenvolvimento profissional, seja ali dentro ou lá fora. ‘Mas
isso é ser infiel à empresa’, pode ser que você pense. Hora de mudar um pouco
também o conceito de fidelidade, que na Geração Y, tem que rimar com
felicidade. O Y não namora, noiva e casa, como as gerações anteriores. Ele
simplesmente ‘fica’, enquanto dura o encantamento e a identificação de
propósitos. Ele é fiel apenas àquilo que agrega valor ao seu projeto de vida,
onde trabalho representa apenas um dos componentes. Identifique quais são os
outros componentes e busque formas de valorizá-los no ambiente de trabalho.
5) A Comunicação Y é COLABORATIVA - Estimule a criação
colaborativa e o compartilhamento de conteúdos e de saberes. É fundamental para
a Geração Y sentir-se como parte da solução de problemas, já que a criatividade
e a inovação são para ela valores muito fortes. Redes sociais internas ou
externas à empresa só farão sentido para o Y se ele estiver envolvido na
construção de ao menos parte do que está ali. Do contrário, estes recursos
serão considerados como a boa e velha burocracia top-down, travestida de
‘modernidade’ tecnológica. Tão convincente quanto um vovô vestindo bermudão de
skatista e boné virado de lado, falando gíria. A palavra aqui é envolvimento.
Vale a pena lembrar que ‘Comunicação Colaborativa’ não significa Reunião
Improdutiva.
6) A Comunicação Y RECONHECE O ACERTO – O que isso
significa? Feedback sempre. Reconheça os acertos e celebre os bons resultados,
tanto individualmente quanto em público. Registre-os no ambiente digital da
empresa, especialmente aqueles abertos aos demais públicos da empresa:
clientes, parceiros, fornecedores, etc. Trate os erros individualmente, focando
no comportamento que o gera e não ‘mirando na pessoa’. O que o Y espera do seu
gerente é um ambiente de contínua oportunidade de aprendizado, com ampliação de
responsabilidades, chances de melhorar e de ser reconhecido pelo que faz. Para tanto,
ele busca não uma relação de obediência aos mais velhos, mas de parceria. É
fundamental que o gerente aprenda a trabalhar essa espontaneidade a seu favor,
principalmente medindo o feedback que diz respeito a ele enquanto líder. Esteja
junto de sua equipe, lado-a-lado, evitando a montanha da arrogância ou a vala
profunda da frouxidão. O colaborador Y talvez seja aquele que exigirá dos seus
líderes um vigor real na prática dos três fatores de motivação que Jack Welch
elencou: o desafio, a remuneração e a celebração.
Isso é tudo? Evidente que não, mas já pode representar uma
ajuda para empresas e gerentes que estão patinando na condução de seus
liderados Y, ajudando-os a ao menos iniciar seu desenvolvimento nesta nova
sensibilidade gerencial. E é bom lembrar que, se você chegou até aqui, vale a
pena reler ao menos cinco vezes o último parágrafo do item 1.
Eduardo Zugaib é escritor, profissional de comunicação e
marketing, professor de pós-graduação, palestrante motivacional e
comportamental. Ministra treinamentos nas áreas de Desenvolvimento Humano e
Performance Organizacional. www.eduardozugaib.com.br
Dez absurdos publicados em anúncios de vagas para Gerente de Projetos
Por Marcos Pires,
Já não fico mais tão surpreso com algumas coisas que
aparecem no meio das publicações postadas de vagas principalmente para
profissionais de gerenciamento de projetos. Em meio as quase 6.500 vagas
cadastradas no Projetizado Jobs surgiram alguns "pré-requisitos (trechos
de descrições de vagas)" que é melhor rir para não chorar. Abaixo
selecionei apenas 10 destas pérolas para reflexão e obviamente ocultando quem
publicou (ainda bem que estas vagas não estão mais ativas). Em breve
apresentarei mais algumas. Espero que você "aprecie" e aproveite para
deixar seus comentários. Um grande abraço e muito Sucesso !!!
1 - "Procuramos Assistente de Projetos com MBA e
Certificação PMP. Salário R1.800,00."
2 - "Contratamos Gerente de Projetos com mais de 10
anos de experiência em gestão e que também saiba especificar, programar,
testar, documentar e treinar usuários finais. Desejável conhecer boas práticas
de gestão de projetos."
3 - "Seleciona-se Operador de Projetos com larga
vivência em operação de projetos."
4 - "Gerente de Projetos com profundos conhecimentos em
desenvolvimento pois irá colocar a mão na massa."
5 - " Gerente de Projetos de preferência de estado
civil solteiro pois o projeto exigirá dedicação total de horário."
6 - "Gerente de Projetos, com pré-requisito básico:
deverá ter habilidades para suportar muita pressão."
7 - "Gerente de Projeto temporário para recuperar
projeto em atraso. Será efetivado caso entregue o projeto no prazo."
8 - "O Gerente de Projetos contratado ficará
subordinado ao Programador Sênior da área."
9 - "Indispensável que o Gerente de Projetos tenha a
certificação da metodologia PMBOX."
10 - "O candidato para esta vaga deverá ter
obrigatoriamente as certificações PMI e PMO."
Fonte: Projetizado - www.projetizado.com.br
Gestor de projetos deve ter visão holística e objetivos definidos
O gestor de projetos precisa ter conhecimentos mínimos sobre
as demais áreas da construção civil para poder dialogar com os diversos
especialistas envolvidos na concepção de um empreendimento.
Não é necessário
que ele saiba calcular a solução de sistema construtivo apresentada pelo
projeto, mas sua atuação vai além de ser apenas um bom administrador. Trata-se
de um profissional com perfil generalista, boa compreensão dos processos
produtivos e da solução dos conflitos técnicos, além de ser um bom gestor de pessoas.
Na visão da arquiteta Daniela Corcuera, mestre em
arquitetura sustentável pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (FAU-USP), este profissional deve ter uma visão
holística do processo, com metas e objetivos bem definidos e conhecimentos
sobre técnicas de criação. “Também é preciso conhecer os procedimentos de
execução de obras, de modo a propor soluções exequíveis”, afirma.
INTEGRAÇÃO E COORDENAÇÃO
Daniela afirma que, para garantir a boa integração dos
projetos, o gestor deve fazer uma coordenação eficiente, não apenas no campo
técnico, mas também no pessoal, promovendo reuniões eficazes para a solução de
conflitos.
A especialista lembra que existem ferramentas para auxiliar
a compatibilização de projetos, como as tecnologias BIM (Building Information
Modeling), em que as soluções podem ser avaliadas em conjunto, simulando seu
desempenho. Entretanto, lamenta que na maioria dos casos o relacionamento do
gestor com os projetistas ainda ocorra de maneira sequencial e não integrada. E
defende que os projetistas complementares sejam integrados ao processo de
concepção desde o início dos trabalhos, orientando e norteando as soluções
arquitetônicas. “Trata-se do Processo de Projeto Integrado, em que os
profissionais e especialistas trabalham como equipe e não de modo independente.
Isto traz benefícios em diversas esferas, inclusive na ambiental, reduzindo
demandas e cargas ao meio ambiente e promovendo espaços mais salubres para os
ocupantes”, argumenta.
Em relação à contratação de projetistas especializados para
definir as instalações hidráulicas, elétrica, sistemas de ar-condicionado, ou
de informação, não existe uma regra para o gestor seguir, pois depende do porte
do escritório e do seu perfil. Alguns, explica, são empresas de projetos que
têm em seu corpo técnico especialistas de várias áreas. Outros, menores,
trabalham em parceria com profissionais complementares.
No desenvolvimento do projeto executivo é importante que o
gestor mantenha reuniões regulares, porém, tudo depende do porte do
empreendimento e da área em questão – que pode ter maior ou menor envolvimento
nas diferentes etapas do projeto. “Em grandes projetos, é possível que exista
um gestor geral que é assessorado por gestores de área”, afirma Daniela.
MUDANÇA DE RUMO
Em seu trabalho, acontece de o gestor se deparar com
propostas de alteração do projeto original, feitas por algum projetista,
visando facilitar ou reduzir custos de uma determinada instalação que, se
implantada, pode exigir alterações no projeto todo. Daniela explica que nestes
casos, são muitas as variáveis a serem analisadas, como os custos de
retrabalho, os prazos, a complexidade de execução, domínio técnico, custos de
execução, payback, redução de custos operacionais, valorização do
empreendimento, redução de impactos ambientais etc. “O gestor deverá analisar
todas essas variáveis para apresentá-las ao cliente para tomada final de
decisão”, diz.
O gestor de projetos tem, ainda, um papel fundamental, na
medida em que defende os interesses do empreendedor ou cliente – que, na
maioria das vezes, não entende muito de projeto e execução de obras – frente
aos fornecedores de detalhamentos e projetos, ou mesmo de execução dos serviços
de obra. “Ainda que não seja responsável pela execução, o gestor precisa ter o olhar
à frente, considerando a viabilidade técnica e executiva das soluções
propostas”, orienta.
BOA GESTÃO MINIMIZA CUSTOS
Daniela afirma que a boa gestão de projetos influencia nos
custos finais de um empreendimento. O custo de projetos representa 1% ou menos
do custo total de um edifício com vida útil em torno de 40 anos. Um bom projeto
reduz custos de construção, de operação, manutenção e adequação. “Deveria se
investir mais em projetos e na boa gestão dos mesmos, pois a possibilidade de
intervenção no empreendimento nesta fase é da ordem de 90%. Com o edifício
pronto cai para, aproximadamente, 10%”, diz. Em sua opinião, investir significa
pagar melhor, envolver mais especialistas e dar-lhes mais tempo de
desenvolvimento. “Os prazos no Brasil são absurdamente curtos para garantir o
desenvolvimento de soluções eficazes e adequadas”. A especialista defende ainda
que com um bom projeto nas mãos é possível ganhar em tempo de execução, reduzir
custos de construção e operação, desenvolver soluções que irão contribuir mais
para a satisfação do cliente, reduzindo os impactos ambientais.
Fonte: Portal AECweb
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