As diferenças entre as gerações no ambiente corporativo já
foram listadas, discutidas e experimentadas. Mas, ambos os lados da trincheira
admitem: baby boomers, membros da geração X e Y têm muito a aprender uns com os
outros.
Dadas as características econômicas e sociais do país, cada
vez mais cedo, a geração Y (que nasceu entre meados dos anos 80 e 90) está
alcançando a postos mais altos na hierarquia.
Diante dessa ascensão meteórica na carreira, é certo que os
executivos mais jovens têm muito a aprender com quem está no mercado de
trabalho há mais tempo.
1. Ouvir mais
“Na minha geração mandava quem podia e obedecia quem tinha
juízo”, afirma Acacio Queiroz, presidente da Chubb do Brasil Seguros. Hoje, as
relações no mundo corporativo estão, digamos, menos rígidas e as chances de
contestação são relativamente maiores.
Isso não significa, contudo, que a geração Y está autorizada
a subir no salto alto e não se submeter à hierarquia. “Muita gente usa mais a
boca do que os ouvidos. Não é questão de ser submisso, mas de ouvir para
aprender mais”, diz o executivo.
2. Ser multitarefa com foco
Lidar com várias atividades ao mesmo tempo virou quase uma
regra dentro do mundo corporativo. E boa parte das pessoas que estão na faixa etária
da geração Y conseguem encarar naturalmente esta demanda.
O problema é que há também quem ser perca. “Algumas pessoas
acabam não fazendo uma coisa nem outra”, observa Queiroz. De acordo com ele, a
ideia de ser multitarefa também exige disciplina. “Se você desempenhar e
conseguir assimilar, parabéns. Este é o futuro”.
3. Fugir do imediatismo
“Pelas conexões que eles têm, pelo próprio ritmo do mundo,
em que tudo acontece de uma maneira mais rápida, a geração Y não tem muita
paciência para esperar”, afirma Patrícia Epperlein, presidente da Mariaca. E
isso, muitas vezes, se materializa em planos e ambições de carreira com um
elevado grau de imediatismo.
Focar no sucesso meteórico pode ter vantagens no curto
prazo, mas, no longo, sua carreira pode ir à ruína. Motivo? Ao apostar em
atalhos para chegar ao topo mais rápido é normal que se pule algumas etapas
essenciais para o amadurecimento profissional.
Inspire-se nos mais experientes para se lembrar que “o
resultado até pode demorar para aparecer, mas ele aparece. É só preciso
persistência e foco”, diz a especialista.
4 Dar sentido ao trabalho
“Para os baby-boomers, o trabalho é a razão da vida. Para a
geração X, um meio para pagar as contas. Para a Y, o trabalho é a satisfação do
desejo do consumo”, diz o executivo da Chubb Seguros.
Tendo em vista isso, um conselho de Queiroz é mudar a
maneira de encarar a própria função. “Como precisamos passar o maior tempo das
nossas vidas dentro da empresa, o trabalho tem que significar um pouco a razão
da nossa vida”, afirma.
Mas isso não deve servir de pretexto para abdicar totalmente
da qualidade de vida, um fator caro aos representantes da Geração Y. “A medida
da ambição deve ser diretamente proporcional ao seu bem estar”, diz o
executivo.
5 Analisar mais
De acordo com Queiroz, uma das características mais
marcantes da geração X é a desconfiança. “A Y, por sua vez, é multitarefa,
multifuncional. Eles não param muito para raciocionar, analisar as variáveis”,
diz.
Ao assumir uma postura mais analítica, ele afirma, as
tarefas (e até a própria vida) são feitas com mais consistência. “Tudo isso tem
que ter uma medida certa também. Você não pode também desconfiar de tudo,
porque assim não sairá do lugar”, afirma.
6 Aprender que diploma não é tudo
Mais e mais, a geração Y tem focado seus investimentos e
esforços em formação. Ponto positivo. Porém, atenção: isso não é tudo. “Além de
completar a formação, é essencial desenvolver a parte prática”, diz Queiroz.
“Não é só o diploma. A formação conta também. E isso inclui
ter experiência profissional”, diz Patrícia. “Não só pelo conhecimento técnico
que você adquire, mas também pelo fato de aprender a trabalhar, a lidar com
outras pessoas”.
7 Acordar mais cedo
É fato que nem todos das gerações anteriores têm o hábito de
começar o dia mais cedo. Mas, para os que tem a opinião é unânime: quanto mais
cedo você acorda, mais o seu dia tem potencial para render.
Queiroz é um exemplo prático disso. Acorda todos os dias por
volta das 4h30, 5 horas da manhã. “Faço dois dias em um. Se você começa duas
horas mais cedo do que a pessoa ao seu lado, em uma semana, você tem dez horas
a mais do que ela, em um mês, quarenta horas e, em três anos, um ano inteiro em
frente a ela”, afirma o executivo. Se conseguir assimilar, parabéns. Este é o
futuro”.
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